segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Suspiro

Não entendo por que as pessoas querem ser profundas.
Ser profunda é uma grandiosa merda.
Eu queria ser superficial. Eu queria vivenciar uma coisa e pôr um ponto final depois dela. Mas não. Eu cavo. E cavo. E cavo. E, quando percebo, estou em um buraco tão fundo que a superfície é só um ponto distante de luz. E eu não mais consigo voltar a ela.

Inverno

Nem sei mais o que quero
Se te esqueço ou se te espero
Não sei se fujo ou corro atrás
Se é pra sempre ou nunca mais

Você vem de vez em quando
A minha vida vai adentrando
E parte sem esclarecer
O que fui e sou pra você

Vai, vem, vai, fica aí
Será que é melhor desistir?
Vale ainda a pena insistir?
Nem tudo que gosto me faz feliz

Nem sei mais o que sou
Se um clichê ou um sonhador
Não sei se surto ou sigo o fluxo
Se é passageiro ou ininterrupto

Mas à minha mente vem seu rosto
Tento lembrar do seu gosto
Sem saber se vai voltar
Ou se vou me aventurar

Vai, vem, vai, fica aí
Será que é melhor desistir?
No que mesmo devo insistir?
Nem tudo que gosto me faz feliz

Múltipla

Em mim vivem várias pessoas.
Algumas eu não gosto, outras me envergonham, e ainda há aquelas que me machucam.
Mas também existem aquelas que me fazem companhia, aquelas que dizem coisas bonitas e inteligentes, e aquelas que me surpreendem.
E eu adoro uma boa surpresa.

Ativismo

Mas como é bobo o ser humano. Quer mudar o mundo, alterar completamente o emaranhado de problemas que é a sociedade.
Mas não consegue nem mesmo mudar a si mesmo.
Não dá valor aos pequenos gestos.
Do que adianta lutar por causas políticas se partes um coração sem o menor remorso?

Vazio

Em meu anseio
Desejo desesperado
Minhas mãos tentam alcançar
Um rosto que não posso ver.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Sábado à Noite

Coloquei um vestido que gosto
O sapato que me deixa menos insegura
Meu batom favorito
E só consigo pensar
Em ir pra casa

A solidão está em todos os cantos
Sozinha de fato ou rodeada de outros
Não importa
Ela está sempre ao meu lado
Sem fazer som algum

E em momentos de sobriedade
Eu crio coragem, olho pra mim
E pergunto a mim mesma
Quando foi que eu deixei
De ser feliz.